Boa noite estudantes!
Gimnospermas
As gimnospermas são plantas vasculares (possuem
vasos condutores de seiva) e que apresentam sementes “nuas”. A denominação
de sementes nuas deve-se ao fato de que as gimnospermas não possuem sementes no
interior de frutos. A seguir vamos aprender mais sobre esse
importante grupo vegetal, que inclui, por exemplo, os pinheiros e a araucária.
→ Características
As gimnospermas fazem parte do grupo das plantas
vasculares com sementes, assim como as angiospermas.
Entretanto, nas gimnospermas observa-se a ocorrência de sementes sem a presença de frutos envolvendo-as.
Nas gimnospermas, não se observa a presença de
flores, sendo, em alguns casos, o estróbilo chamado erroneamente dessa forma. Os estróbilos, também
chamados de cones, são,
na realidade, estruturas reprodutoras que possuem folhas modificadas capazes de
produzir esporos. Nas gimnospermas, encontramos estróbilos capazes de produzir
pólen e estróbilos capazes de produzir óvulos.
Por serem plantas vasculares, as gimnospermas destacam-se pela presença de xilema
e também de floema. O
corpo dessas plantas é organizado em raiz, caule e folhas,
sendo importante destacar que em muitas espécies observa-se o crescimento em
espessura (crescimento secundário).
→ Semente
Observe as principais partes da semente.
O surgimento da semente, sem dúvidas, foi essencial para a evolução das plantas vasculares. Essa
estrutura forma-se a partir do desenvolvimento do óvulo e, nas gimnospermas,
não se encontra envolta por frutos. Todas as sementes são formadas por três
partes básicas: o
embrião, a reserva nutritiva e um envoltório. As
principais funções da semente são: proteger o embrião e garantir a dispersão da
planta.
→ Ciclo
de vida das gimnospermas
O ciclo de vida das gimnospermas é mais complexo do que aquele
observado em briófitas e pteridófitas. Nesse grupo, na maioria dos seus
representantes, não se observa a presença de gametas masculinos flagelados, que
necessitam de água para a reprodução, com exceção das cicadófitas e Ginkgo. Nas gimnospermas,
observa-se a presença
de grãos de pólen, que são os responsáveis por garantir
que os gametas masculinos cheguem até o gameta feminino.
Vamos descrever aqui o ciclo de vida de um
pinheiro, uma típica espécie de gimnosperma. Começaremos o ciclo a partir da
planta adulta, que é a fase de esporófito, a fase dominante no ciclo de vida
nesse grupo de plantas. Vale destacar que o ciclo dessa planta, assim como das
outras espécies de plantas, possui alternância
de gerações, em que verificamos a alternância entre uma fase de
esporófito (diploide, 2n) e outra de gametófito (haploide, n).
Acima temos um esquema simplificado do ciclo de vida de uma gimnosperma.
O esporófito do pinheiro possui estruturas
chamadas de estróbilos ou
cones, que apresentam escamas onde estão localizados seus esporângios (estrutura
onde são produzidos os esporos). Dois tipos de cones podem ser observados:
alguns pequenos produtores de pólen (estróbilos
masculinos) e alguns maiores onde são produzidos os óvulos (estróbilos
femininos).
É comum observar, na maioria das gimnospermas, os
estróbilos masculinos na parte mais baixa da árvore e os estróbilos femininos
na parte superior, o que dificulta
que a planta seja polinizada pelo pólen produzido por ela
mesma.
Os cones produtores de pólen possuem células
chamadas de microsporócitos ou células-mãe de micrósporo, que
sofrem meiose e produzem quatro micrósporos (esporo
que se desenvolve no gametófito masculino) haploides.
Esses micrósporos desenvolvem-se no grão de pólen. O grão
de pólen é formado por duas células protalares (que não apresentam função
aparente), uma célula do tubo e uma célula geradora, sendo, nessa fase, o
microgametófito (gametófito masculino) imaturo.
Já nos cones femininos, encontramos os óvulos,
que são formados pelo núcleo multicelular ou megasporângio (esporângio onde os
megásporos são produzidos), o qual é envolto por um tegumento que apresenta uma
abertura chamada de micrópila.
Em cada um dos megasporângios, observa-se a
presença de apenas
megasporócito ou célula-mãe do megásporo, o qual sofre meiose e
forma o megásporo (esporo
que se desenvolve no gametófito feminino) haploide. São formados quatro megásporos no
final da divisão celular, porém apenas um deles é funcional e desenvolve-se em
megagametófito (gametófito feminino).
Os grãos de pólen (microgametófito parcialmente
desenvolvido) são liberados e levados pelo vento. Esse grão de pólen pode,
então, atingir a escama de um cone feminino. Essa transferência do grão de
pólen é denominada polinização.
Após a polinização, o grão de pólen é levado
por meio de substâncias produzidas nas escamas, através da micrópila, até o
megasporângio. Ele,
então, germina formando o tubo polínico, que é responsável
por transportar o gameta masculino até a oosfera. No megasporângio, ainda não
ocorreu a meiose.
Quando consideramos o pinheiro, podemos observar
que, aproximadamente um mês após a polinização, forma-se o megagametófito. O
megagametófito, então, desenvolve-se e forma os arquegônios. Esse processo é
demorado e pode ser estendido por mais de um ano nessas plantas.
O grão de pólen germinado segue lentamente seu
caminho, com o tubo polínico crescendo através do tecido do megasporângio até o
megagametófito, que ainda está se desenvolvendo. A célula geradora do grão de
pólen forma uma célula estéril e uma célula espermatogênica, que se divide
formando os gametas masculinos. Nessa etapa, dizemos que o grão de pólen é o microgametófito
maduro.
O tubo polínico atinge a oosfera e descarrega os
dois gametas masculinos no interior desse gameta feminino. Um dos núcleos do
gameta masculino funde-se ao núcleo da oosfera, e outro sofre degeneração.
Geralmente, no megagametófito dessas plantas, verifica-se a formação de vários
arquegônios e, consequentemente, várias oosferas.
Com isso, há a fecundação de mais de uma oosfera
e consequentemente o início da formação de vários embriões no interior de um
único óvulo. Esse fenômeno é chamado de poliembrionia. Vale
destacar, no entanto, que, apesar da poliembrionia acontecer, geralmente,
apenas um embrião sobrevive.
Após a fecundação, cada óvulo desenvolve-se em
semente. A semente cai no solo e, se encontrar um ambiente
adequado, germina, dando origem a um novo esporófito.
→ Classificação
das gimnospermas
Atualmente, observa-se a presença de quatro filos
de gimnospermas com representantes viventes. São eles:
·
Coniferophyta: sem dúvidas, o maior grupo de gimnospermas. Nele, encontramos as
famosas coníferas. Como exemplo de conífera, temos os pinheiros e sequoias.
Nesse filo, encontramos mais de 600 espécies distintas.
As cicas são plantas utilizadas na ornamentação.
·
Cycadophyta: grupo com gametas flagelados. Outra característica marcante é que nas
cicadófitas temos plantas com folhas que lembram as palmeiras. Como exemplo de
cicadófita, podemos citar as cicas.
Observe o formato típico das células de Ginkgo biloba.
·
Ginkgophyta: grupo que possui apenas uma espécie vivente que é o Ginkgo biloba. Nessas
plantas, observa-se também a presença de gametófito masculino flagelado. As
folhas dessa planta assemelham-se a um leque.
A Welwitschia é uma planta encontrada em desertos da África.
·
Gnetophyta: grupo que possui três filos (Welwitschia, Gnetum e Ephedra). Nesses três gêneros, encontramos características que os aproximam das angiospermas, como os cones, que são bastante similares às inflorescências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário