ORIENTAÇÕES DA ATIVIDADE:
Olá estudantes,
Estes são os materiais para estudo do assunto: Artes e a pandemia de Covid-19. Segue um vídeo e um pequeno texto que refletem o que foi discutido durante o aulão do dia 29/04. Depois você deve responder a prova disponibilizada pelo whatsapp.
Grande abraço e se cuidem,
Professor Jorge Xavier
ARTE E PANDEMIA
A ARTE PODE
MELHORAR ESTADOS EMOCIONAIS EM PERÍODOS DE ISOLAMENTO SOCIAL
Com a atual pandemia, os dados de
doenças mentais como depressão e ansiedade podem ser agravar, com as pessoas
isoladas e o medo constante de contaminação. Uma pesquisa publicada na revista
Brain, behavior, and immunity investigou o impacto psicológico da covid-19 nas
primeiras três semanas após o surto da pandemia na Espanha. Entre os
resultados, 18,7% das pessoas entrevistadas apresentaram sintomas de depressão,
21,6% de ansiedade e 15,8% sintomas de transtorno de estresse pós-traumático
(TEPT). Esse mesmo artigo ainda identificou que o bem-estar espiritual foi o
fator que mais protegeu as pessoas dos sintomas desses transtornos. E algo que
pode contribuir para um melhor estado espiritual durante a pandemia é a arte.
Para o psiquiatra Paulo Amarante, a relação
entre arte e saúde mental é mais comum do que se imagina. “Poucas pessoas
sabem, mas o surrealismo foi criado por um psiquiatra, André Breton. A ideia do surrealismo era propiciar a
emergência do inconsciente sem as limitações impostas pela sociedade, deixar
aflorar os sonhos, pesadelos e desejos mais profundos. E a arte foi um dos
grandes pontos do movimento surrealista, na pintura, no cinema, no teatro. Ela
tem a capacidade de se aprofundar na alma das pessoas, nos desejos, nos
instintos, no que há de mais obscuro e dar luz, e isso é profundamente
criativo”.
Diversos músicos vêm produzindo lives
com apresentações artísticas, que ajudam como distração do público em meio ao
isolamento social. Mas o próprio estado mental dos artistas por trás dessas
produções também está em jogo. “No começo da pandemia eu não me sentia
estimulada a pegar o violão, tocar alguma música ou compor. Com o passar do
tempo, ao me acostumar com o isolamento, comecei a pegar o violão e tocar uma
música aqui e outra ali. Foi quando resolvi fazer a primeira live em abril”,
comenta Sara Fernandes, cantora solo e vocalista da banda Saribando, que se
apresenta em bares e pubs de Botucatu, interior de São Paulo.
Percepção
de arte como cultura
Para a psicanalista Rosana Teresa
Onocko Campos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, a pandemia tem
proporcionado reflexões sobre a percepção da cultura e seu consumo. “Há uma
parte grande da sociedade brasileira que não tem o hábito de consumir cultura
porque não consegue. Porque é caro, porque a cultura nem sempre está ao acesso,
não está disponível em todos os bairros. A grande questão é como vamos
aproveitar esse momento. E também temos que entender que tem gente que não está
consumindo cultura neste momento, não porque não gosta ou não sabe, mas
simplesmente porque está em uma situação muito difícil para sobreviver”.
Sanidade
e sociedade
Para o psicólogo e doutor em saúde
coletiva da Unicamp, Bruno Emerich, a arte tem feito um papel de conexão na
pandemia. “Estamos vivendo um momento de incertezas e inseguranças, em que
muitas pessoas estão entrando em contato com dimensões da sua própria vida, da
sua história e do seu próprio sofrimento, sem necessariamente ainda ter
construído estratégias para lidar com isso. É algo bastante complexo, tem
diferentes perspectivas, mas, de certa forma, a cultura ou a conexão com algo
artístico que faça sentido para a pessoa pode ajudar”. Além do impacto pessoal,
a arte também é importante para o convívio em coletivo, detalha o especialista:
“Podemos pensar na dimensão cultural como algo que aproxima, apesar da
distância, e que conecta, apesar das diferenças. É uma forma de ampliar a
compreensão e o sentimento desse momento para todo mundo”.
A psicanalista Rosana Teresa Onocko
Campos reforça também que é importante cada pessoa compreender que a pandemia
tem variados impactos. “Não se cobre para estar muito bem porque ninguém está
muito bem. Aceitar que não está bem, às vezes, é o melhor que se pode fazer.
Converse com alguém, ligue para um amigo ou para um parente, aproveite algum
desses momentos de divulgação cultural, se permita estar um pouco mais calmo,
com um ritmo um pouco mais lento, um pouco mais consigo mesmo. E não precisa se
cobrar uma felicidade ou uma euforia. Não é um momento para estar eufórico e
feliz”.
Texto adaptado/
Fonte: https://www.comciencia.br/a-arte-melhora-estados-emocionais-durante-a-pandemia/
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